English version:

All posts have their English version after the Brazilian Portuguese version. Thank you!

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

A lição de Marx que a esquerda nunca aprendeu **English version

Dia desses, estava relendo o Barbudão, Karl Marx, pra relembrar umas coisinhas e ver estrategicamente, quais foram os grandes erros da esquerda, desde a Era Lula. Bem, nem precisei ler os oito tomos de O Capital. Logo de início achei a resposta.
Marx falava em revolução. Enfim, para que pudéssemos ter oportunidades iguais, seria necessário que os pobres, através de assembleias, decidissem o que seria melhor para todos. Só que, para uma revolução como essa acontecer, são necessárias algumas condições. E a PRIMEIRA delas é consciência de classe, que é  “… a consciência do que o proletariado é e do que ele será obrigado a fazer historicamente de acordo com o seu ser. Sua meta e sua ação histórica se acham clara e irrevogavelmente predeterminadas por sua própria situação de vida e por toda a organização da sociedade burguesa atual”. É a consciência mais ampla do ser, enquanto classe trabalhadora: sua importância na engrenagem capitalista e, mais ainda, a consciência de que, sozinho, é uma peça descartável; mas, enquanto grupo, unido ao seus pares, é essencial ao Capitalismo que não cruze os braços e, mais ainda, que continue consumindo seus produtos. 
Bem, é aí que estamos errando. Não é possível uma mudança social profunda no Brasil porque as elites não permitem que a nossa classe trabalhadora adquira consciência de classe. Todas as iniciativas nesse sentido são eliminadas na raiz, e a classe trabalhadora é iludida com um discurso perverso de que já tem direito a tudo, ou que basta "se esforçar" para ter tudo. Os professores são mal formados porque se estes adquirirem consciência de classe, são formadores de opinião nas salas de aula e podem alertar a cabecinha dos jovens para a consciência de que, como dizia Cazuza, você não vai ser convidado para a festinha VIP da elite, jamais. 

A direita política aprendeu bem a lição de Marx. Tanto é que, não permite que a classe trabalhadora chegue à consciência de pertencimento a uma categoria. Para as elites, é bom que o pobre acredite-se classe média e o cidadão de classe média, veja-se como parte da elite. E as esquerdas não aprenderam que não basta querer mudar e "meter as caras". O povo, sem consciência, não vai aderir à empreitada e daremos com os burros n'água, ao contrário do que pensam os PSOListas: para eles, basta "querer". É preciso começar do início.
Já vi muitas situações como essa no movimento sindical, ao qual aderi há exatos 23 anos. Os professores não querem aderir à greve porque não querem pagar aulas nas férias. Ou por outro motivo qualquer. E a greve por direitos legítimos acontece com meia dúzia de professores que serão perseguidos após o retorno às aulas. Seria impossível perseguir toda uma categoria, se todos aderissem à greve. Trocar todos de lugar. Demitir a todos.




Para encerrar, deixo os versos do meu querido Chico Buarque nos Saltimbancos:

"Todos juntos somos fortes
somos flecha e somos arco
Todos nós no mesmo barco
não há nada pra temer
- ao meu lado há um amigo
que é preciso proteger
Todos juntos somos fortes
não há nada pra temer"


**English version:

I was reading Karl Marx, to review a few things and see strategically, what were the great mistakes of the left-winged political parties since the Lula's government. Well, I did not even need to read the eight volumes of The Capital. Right from the start I found the answer.
Marx talked about revolution. For working class have equal opportunities, it would be necessary for the poor, through assemblies, decide what would be best for all. In other words, they have to be the government. But before a revolution like this take place, some conditions are necessary. And the first of them is class consciousness, which is "... the consciousness of what the working class is and what it will be obliged to do historically according to its being. Its goal and its historical action are clearly and irrevocably predetermined by its own situation of life and by the whole organization of present society. " It is the broader consciousness of belonging to a working class: its importance in the capitalist gear, and, moreover, the awareness that he/her is a disposable piece by themselves; But as a group, united with its peers, it is essential to Capitalism that they does not cross the arms and, even more, that it continues consuming its products.
Well, that's where we're going wrong. A profound social change in Brazil is not possible because the elites do not allow our working class to acquire class consciousness. All initiatives in this direction are eliminated at the root, and the working class is iluded with a perverse discourse that they already have the right to do anything, including participating in important decisions in their country. Teachers are poorly trained because if they become class-conscious, they are opinion-formers in classrooms and can alert the youngsters' heads to the awareness that, as Cazuza said, you will not be invited to the elite VIP party, ever.

The political right-wing learned the lesson of Marx well. They do not allow the working class to come to the consciousness of belonging to a category. For elites, it is good for them if working class believe that they belong to middle class and, moreover, if middle class citizens see themselves as part of the elite. And the left-wingeds have not learned that it is not enough want to change and "just move". People, without conscience, will not join the enterprise and we will always be victims of coups. We must start at the beginning.

I have seen many situations like this in the trade union movement, which I joined for exactly 23 years. Teachers do not want to join the strike because they think is boring. Or some other reason. And the strike for legitimate rights happens with half a dozen teachers who will be persecuted after their return to school. It would be impossible to pursue an entire category if everyone joined the strike, or change all of them, maybe dismiss all. We would be stronger. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário